Artigo do Messias Pontes para 03.11.10
A eleição da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata das forças democráticas e progressistas à Presidência da República, foi a vitória da verdade contra a mentira e a velha mídia conservadora, venal e golpista. O candidato das forças do atraso e do obscurantismo, José Serra – o “Zé” Traíra – saiu infinitamente menor do que entrou. Este passou toda a campanha mentindo compulsivamente e demonstrou ser totalmente desprovido de caráter.
Somente após reconhecer a derrota, transpirando ódio por todos os poros, foi que o “Zé” Traíra disse uma verdade, e em tom ameaçador: “E para os que nos imaginam derrotados, quero dizer: ‘nós apenas estamos começando uma luta de verdade’. Estamos no começo dessa luta”. Ele sabe o que diz porque conta com o “poder” do lixo do jornalismo, com a banda podre das igrejas evangélicas e católica – em especial dos padres e bispos pedófilos e seus defensores -, dos desocupados do Grupo Guararapes, da Opus Dei e da TFP, enfim com o que há de pior neste País.
A disseminação do ódio religioso num país laico, a hipocrisia da despolitização de questões sérias como a descriminalização do aborto, a partidarização da mídia e da religião, o preconceito contra a mulher, o uso indevido da internet para caluniar, difamar e injuriar a candidata que vai dar prosseguimento e avançar nas mudanças iniciadas em 2003, tudo isso não pode nem deve ser esquecido só porque ganhamos mais uma.
As forças democráticas, progressistas e patrióticas não podem baixar a guarda. No primeiro turno houve um certo triunfalismo, muito salto alto e o grande erro de menosprezar o poder de fogo e a competência da direita. Sorrateiramente, trabalhando nos subterrâneos, o candidato demotucano levou a disputa para o segundo turno. É verdade que contou com a ajuda da verde (há quem diga que mudou de cor) Marina Silva, que deu a sua mãozinha.
Foi a força das ruas, com a militância dos partidos aliados, em especial os de esquerda, que consagrou a vitória de Dilma Rousseff. Pelo que declarou o candidato demotucano ao reconhecer a derrota, as ruas devem continuar ocupadas. As forças do atraso vão fazer de tudo para desconstruir a imagem da candidata vitoriosa e não vão dar trégua durante todo o seu governo. Afinal, depois de 502 anos as carcomidas oligarquias perderam o poder político central logo para um ex-operário metalúrgico, e agora para uma mulher. O inconformismo e o ódio são descomunais.
O racista Boris Casoy indignou-se ao ver dois garis desejando feliz ano novo aos brasileiros e saiu-se com essa pérola – sem saber que o áudio do jornal da TV Bandeirantes estava sendo transmitido: “Que merda, dois lixeiros desejando felicidades, do alto de suas vassouras. Dois lixeiros, o mais baixo da escala do trabalho”. O que ele não terá dito após a derrota do seu candidato, logo para uma mulher, ex-presa política que ele tanto odeia?
A velha mídia conservadora, venal e golpista, notadamente o seu núcleo central, o GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão), é um verdadeiro atentado à democracia. É oportuno lembrar que essa mesma mídia se posicionou contra a criação da Petrobras e o monopólio estatal do petróleo, levou o presidente Getúlio Vargas ao suicídio em agosto de 1954, tentou impedir a posse de Juscelino Kubitscheck em 1955 e a de João Goulart em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros.
Essa mesma mídia tramou e apoiou o golpe militar de 1º de abril de 1964 e deu incondicional apoio à ditadura militar, inclusive cedendo suas peruas (Folha de São Paulo) para transportar presos políticos para a tortura; elegeu Collor de Mello e o Coisa Ruim (FHC), mas os tempos mudaram e os “formadores de opinião” estão totalmente desmoralizados. Mas vão continuar atentando contra a democracia.
Afinal é a colossal riqueza do pré-sal que está em jogo e o demotucanato não admite que essa riqueza sirva para alavancar a cultura, a educação, a saúde, o meio ambiente, a ciência e tecnologia e, sobretudo, para erradicar a miséria no Brasil.
Tem “coleguinha” que não gosta e toma a defesa dos jornalistas amestrados e colonizados, mas não consigo encontrar no dicionário outro qualificativo para essa gente que não o de calhorda, de crápula.
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